Eu, Juíza apresenta juíza substituta designada para atuar em Naviraí
Em continuidade à proposta de retomada do Eu Juíza, a Associação dos Magistrados de MS apresenta a juíza substituta Monique Rafaele Antunes. Ressalte-se que a intenção é valorizar a mulher que integra a magistratura sul-mato-grossense. Em razão da grande repercussão na sociedade, por permitir que a população conheça as mulheres fortes, inteligentes e capazes que fazem parte a magistratura de MS, a ação foi retomada.
O projeto, que homenageia cada mulher magistrada, sua história e trajetória na justiça de MS, foi criado no biênio 2019/2020 pela então ocupante da diretoria, desembargadora aposentada Maria Isabel de Matos Rocha.
Além disso, a nova edição do “Eu, Juíza” abre espaço para as magistradas que não puderam participar da primeira rodada de entrevistas. Ao final, as entrevistas serão parte de um livro - um registro histórico, nunca feito de forma tão particularizada pela entidade associativa.
Conheça a nova juíza de Mato Grosso do Sul.
1) Qual a data de seu ingresso na magistratura?
27.04.2022
2) Está em exercício ou já se aposentou?
Em exercício.
3) Como foi sua posse?
Foi uma solenidade muito bonita e emocionante. A presença dos meus pais, em especial, foi muito gratificante, pois poder proporcionar esse momento para eles tornou tudo ainda mais único. A posse materializa a realização de um sonho e a cerimônia realizada pelo TJMS refletiu muito bem essa particularidade. Foi um momento festivo, de comemoração e integração com os novos colegas de turma e de carreira, mas também representou a assunção da responsabilidade inerente ao cargo. O querido colega e amigo Pedro Campos, responsável pelo discurso de posse, sintetizou bem: foi um dia de agradecimento, de reconhecimento e de comprometimento.
4) Como foi seu primeiro dia de juíza?
Após três meses de curso de formação passei a coadjuvar com a 1ª Vara Cível da comarca de Naviraí. O primeiro dia já foi de muito trabalho e marcou o início efetivo do meu dever de servir ao jurisdicionado do Estado de Mato Grosso do Sul.
5) Qual foi seu dia mais feliz de magistrada?
Estou em início de carreira, então o dia da posse, com certeza, foi o mais marcante até agora. Posso dizer, contudo, que os meus dias de juíza estão sendo felizes, estou fazendo um trabalho que amo e para o qual dediquei muitos anos de estudo.
6) Qual foi a ação mais significativa ou decisão mais marcante da qual se orgulha?
Tento todos os dias proferir decisões com o máximo respeito à Lei, à Constituição e ao jurisdicionado. As decisões prolatadas pelos juízes, por mais simples que sejam os casos, tem o potencial de atingir e modificar a vida das pessoas. É uma responsabilidade enorme, mas poder realizar esse trabalho com dignidade e respeito é, por si só, motivo de orgulho.
7) O que mais a comoveu na atuação como juíza?
Durante o curso de formação, na etapa da prática judicante, tive a oportunidade de encaminhar pessoalmente quatro irmãos, um deles com 17 anos, para os pais adotivos. Os irmãos passaram por todo tipo de violência e negligência por parte dos pais biológicos e naquele momento estavam com uma vida nova começando. Foi um encontro emocionante entre pais e filhos. Recentemente tive notícias da família e está tudo dando certo, todos adaptados e felizes.
8) Qual seu sonho de magistrada?
Um magistrado é, acima de tudo, um servidor público. Assim, meu sonho como magistrada é o de cumprir o meu dever de servir o jurisdicionado da melhor forma possível, garantindo presteza e efetividade na entrega da prestação jurisdicional.
9) O que gosta de fazer no tempo livre?
Estar em família, viajar, cozinhar e ler.
10) Qual seu desafio pessoal e/ou profissional mais relevante?
Acredito que tentar conciliar a vida pessoal com a profissional, pois o trabalho demanda muita dedicação, é um grande desafio. Especificamente no campo profissional, a necessidade de cumprimento de metas aliada ao volume de trabalho é uma dificuldade diária para os magistrados e demais servidores e precisa ser enfrentada com estratégia, sem perda de qualidade do trabalho e sem sobrecarregar a equipe.
Outro desafio é a necessidade de constante atualização para acompanhar a intensa mudança e transformação que a nossa sociedade tem vivenciado. Essas transformações estão a demandar respostas por parte dos profissionais do direito para solucionar situações que até então eram inexistentes, como os crimes que ocorrem em ambiente virtual, por exemplo.
11) Cite uma mulher inspiradora, brasileira ou não
Minha mãe é uma mulher que enfrentou muitas dificuldades e sempre se manteve forte para garantir o melhor para mim e meu irmão. É realmente uma mulher inspiradora.
12) Cite uma mulher inspiradora que exerce ou exerceu um cargo no Poder Judiciário
A Desa Thereza Grisólia Tang. Ela foi a primeira mulher a ocupar os cargos de juíza, desembargadora, Corregedora-Geral e Presidente de um Tribunal de Justiça no país. A Desa Thereza sempre esteve na vanguarda e serve de inspiração para todas as mulheres que queiram exercer algum cargo no Poder Judiciário. Contudo, gostaria de aproveitar o ensejo para homenagear também as juízas do TJMS com quem tive contato durante o período de prática judicante e que, gentilmente, compartilharam experiência e conhecimento. São todas fontes diárias de inspiração.
13) O que diria hoje em uma frase a uma mulher que quer ser juíza?
O caminho até a aprovação é árduo, exige muita dedicação, abdicação e inteligência emocional, mas a recompensa faz todo o esforço valer a pena. Acrescento que a aprovação é apenas uma etapa dessa jornada e que a magistratura exige vocação, renúncias e senso de dever. Então minha frase é: se você acredita que está vocacionada para a magistratura tenha resiliência, dedicação e perseverança.
14) Diga uma frase que a define como mulher magistrada
É uma tarefa muito difícil tentar me definir como uma mulher magistrada, sobretudo por ainda ser nova na carreira, mas busco os ideais de Sócrates na minha judicatura, porquanto pretendo ser uma juíza que saiba escutar com cortesia e que atue sempre imbuída pela temperança, prudência, sobriedade e imparcialidade para melhor servir ao jurisdicionado sul-mato-grossense.