Respeitar o juiz é proteger a democracia
A magistratura sul-mato-grossense carrega uma missão diária que vai muito além da aplicação técnica da lei. Cada juiz e juíza, ao assumir a responsabilidade de decidir, se torna o elo direto entre o cidadão e o Estado, muitas vezes o único ponto de esperança para quem busca justiça.
Em Mato Grosso do Sul, essa realidade ganha contornos ainda mais desafiadores: estamos presentes tanto nas grandes cidades quanto nos pequenos municípios, lidando com demandas que refletem a diversidade social, econômica e cultural do nosso Estado. Isso exige preparo, equilíbrio e, acima de tudo, independência.
Valorizamos a toga não como símbolo de distância, mas de compromisso. Por trás de cada sentença, há um magistrado que renuncia a momentos pessoais, enfrenta pressões externas e responde por decisões que afetam profundamente a vida das pessoas. Humanizar essa função é essencial para que a sociedade compreenda que a Justiça não é abstrata — é feita de homens e mulheres que dedicam suas vidas a pacificar conflitos.
Vivemos um tempo de crescente judicialização, de sobrecarga estrutural do Judiciário e de ataques que tentam fragilizar a confiança na Justiça. É preciso reafirmar que enfraquecer a magistratura é enfraquecer os próprios direitos fundamentais dos cidadãos.
A Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul), criada em 1978 e prestes a completar cinco décadas de história, segue firme na defesa da independência judicial. Queremos um Mato Grosso do Sul em que os juízes possam exercer sua missão com serenidade e coragem, livres do medo e da intimidação. Pois é dessa força que depende a integridade do Estado Democrático de Direito.
Mário José Esbalqueiro Júnior
Presidente da Amamsul

















